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Carlos Ghosn: “Carro zero quilômetro por R$ 15 mil é possível no Brasil”
Presidente da Nissan-Renault lembrou que o Brasil tem muito para crescer, comparando com os EUA, onde há 800 carros para cada mil habitantes
Presidente da Nissan-Renault lembrou que o Brasil tem muito para crescer, comparando com os EUA, onde há 800 carros para cada mil habitantes
Texto: AutoInforme
Fotos: Divulgação
(26-08-08)
- Fabricar um carro realmente a preço popular é a grande discussão no Brasil, que até agora não passou de suposições. Pela primeira vez um executivo fala que é possível fabricar e vender no Brasil um carro que custe cerca de R$ 15 mil. Foi o presidente mundial da Nissan-Renault, Carlos Ghosn quem disse categoricamente:
"É possível vender um carro que chamamos de LPV (Low Price Vehicles, ou carro de baixo custo) por menos de US$ 10 mil no Brasil. E não significa que um carro barato seja um carro sem segurança".
Carlos Ghosn explicou, no entanto, que o carro que está sendo produzido na Índia, em parceira com a Bajaj, indústria que produz motos e triciclos, é feito para o mercado indiano, lembrando que "se pensarmos em trazê-lo para o Brasil, não sei quanto custaria para fazer todas as adaptações". Na índia o carro será vendido por US$ 2,5 mil aproximadamente.
Para o executivo da Nissan-Renault, o preço dos carros no Brasil é alto ainda, lembrando que "se aqui tivermos um carro de menos de US$ 10 mil, haverá muita gente para entrar no mercado. São pessoas que não têm carro porque não podem pagar R$ 22 mil, mas poderiam pagar pouco menos de R$ 15 mil".
Ghosn lembrou ainda que o mercado brasileiro tem muito para crescer, comparando com os Estados Unidos, onde há 800 carros para cada mil habitantes. No Brasil são 250 carros para mil habitantes. Ghosn acha possível, dentro de alguns anos o Brasil ter 600 carros para cada mil habitantes, o mesmo nível da Europa.
O Brasil comemora a venda de 3 milhões de carros neste ano, mas Carlos Ghosn diz que "vamos chegar aos 5 milhões de carros num ano. Não sei se será daqui dois, três ou cinco anos. Mas o Brasil tem potencial para isto".
Em contrapartida, o brasileiro está ficando cada vez mais exigente. Hoje, apesar de mais da metade dos carros vendidos no Brasil serem 1.0, uma grande parte são comercializados com ar-condicionado. Quanto mais itens de conforto, mais o carro encarece. Mesmo assim há setores que acreditam que será possível o Brasil entrar na luta pelos LPV.
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